O embaixador de Angola em Portugal, José Marcos Barrica, afirmou que
"haverá uma reversão", pelo menos parcial, até ao final de Março, na
situação que originou a "falha" nos pagamentos às empresas.
O diplomata
angolano garantiu que o país "está a trabalhar" no sentido de
"mitigar" o problema, o que poderá acontecer "até ao final deste
trimestre", e salientou que "o que aconteceu em Janeiro já não é o
cenário actual".
José Marcos Barrica
respondia desta forma a um empresário, que aproveitou a sua visita a Sines, no
distrito de Setúbal, no âmbito da iniciativa "Embaixadorias",
promovida pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros português, para pedir a
Angola uma solução "política" para a dificuldade que as empresas têm
em receber os pagamentos das facturas.
Segundo Samuel
Pacheco, presidente da AMAL, grupo da área metalomecânica instalado em Sines e
em Angola, há facturas que demoram um ano para serem pagas, sendo "um
milagre" conseguir receber em menos tempo, o que provoca "uma crise
que está a matar a todos".
O empresário
pediu também uma "solução para os expatriados transferirem as suas
receitas" para Portugal e vaticinou que aqueles "vão começar a
deslocar-se para outras áreas geográficas", o que "vai prejudicar
também Angola".
O embaixador de
Angola reconheceu que "há dificuldades de pagamentos de faturação, que se
arrastam por um tempo considerável", e justificou o problema com o
"choque provocado pelo abaixamento do preço do petróleo". No entanto,
salientou que há casos de "sucesso" e mostrou-se convencido de que
"não há discriminação dos portugueses" nesta situação.
O secretário de
Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação português, Luís Campos
Ferreira, fez questão de lembrar que Angola "é um país muito jovem" e
que "se está a desenvolver".
Pedindo
"tolerância e paciência", o governante defendeu que a relação com
aquele país africano "não pode navegar segundo os momentos menos
bons", por ser "estrutural e estruturante".
"Angola não
se pode transformar, do sonho que é, num pesadelo", afirmou o secretário
de Estado, afiançando que o Governo português está "muito atento" ao
problema.
LUSA
ANGOLA24HORAS
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