domingo, 31 de janeiro de 2010

A Epopeia das Trevas (113). Ser rico é fácil. Difícil é ser honesto


Os grandes inventos que aconteceram, descobriram, melhoraram a humanidade. Inicialmente parece que sim. Depois os sugadores de dinheiro aumentaram os lucros. Negociar é fácil, difícil é inovar
Ser rico é fácil. Difícil é ser honesto

As contas, a informação, a polícia, a política, a corrupção, a fome, a perseguição política.
É secreta! É secreta!
A hipocrisia é como o vento. Quando fraco adormece, muito forte avassala-nos
Antes e após uma revolução submetem-nos muitas promessas, às pressas
Que seremos independentes, ocultos… imprudentes
Que as esferográficas serão quadradas
E os aventureiros rejubilam, para sempre permanecem na espoliação

Tiroteio, vozes agitadas, camufladas. Batem no portão, com a mão.
Abro. Que será então? São eles! A maldição!
Um convicto revolucionário diz: «é ela!»
Eu, o quê!?
«Sonhei contigo. No sonho estás envolvida na tentativa de assassínio do nosso presidente»
Sonhaste mal!
«És acusada de crimes contra a segurança do estado»
Às quatro da manhã?!
«Não existe tempo. Comprámo-lo, pertence-nos»
Privatizaram-no!
«A secreta não tem momentos, não tem horas, tem tempos»
Tu que me acusas. Olha-me bem. Sou antiga combatente. Guardei as costas do presidente. Não te lembras de mim? Trabalhámos juntos. Votaram-me ao abandono. Até agora, nem um mísero tostão.
«Assim será!»
Tantos alcoólicos, corruptos, ditadores e quem isso fomenta, e não são julgados, condenados por crimes contra a segurança do estado.
«Se deixassem de beber e abandonassem a corrupção seriam suspeitos… subversivos. Como os galos, se não cantassem, a madrugada anunciassem»
Pobres galinhas!
«Tens razão. Recordo-me muito bem de ti. Desculpa, não és tu. Vou sonhar com outro conspirador»

ESTA EPOPEIA ÍNVIA

Nascemos, porque a isso somos obrigados
A tragédia humana necessita de actores
Sem nos darmos conta, o teatro humano absorve muitos figurantes
Uns representam bem, outros tentam, não conseguem
No fim resta-lhes o bater palmas. A vida é uma representação sem teatro
Quem nela não conseguir representar o seu papel de actor
Será esquecido. Apenas lembrado de vez em quando numa qualquer cova de terra
Sobrarão os ossos para encenações rituais
De seitas, cultos religiosos que nos esperam
Nos espreitam nas nossas portas, nas janelas das nossas mentes
Os nossos restos mortais não acabam, alimentam o tráfico
Da sobrevivência da feitiçaria que resta dos milenares
Cultos escondidos, disfarçados. A luta actual é final
Os cultos que o Cristianismo pensava extintos, regressam em força
Retrocedemos na história, viajamos no tempo
Ao reencontro das nossas origens. Os espíritos dos nossos antepassados regressam
Estão de volta. Nenhuma religião pode aniquilar outra
Dois milénios de história são insuficientes para isso
Este inferno em que vivemos tenta acabar com o renascer do Caminho
Uma seita religiosa tentou acabar com as outras, não conseguiu.

Estranhamente lembro-me dos celulares, esses dispositivos da tecnologia avançada do primitivismo, do menir, da anta, do altar que necessita sempre de sacrifícios. Para carregarem as baterias dia e noite. Da civilização da pilha e da bateria de pedra.

Imagem: FOLHA 8

O Cavaleiro do Rei (79). E disse o Senhor Eterno de Angola: Corromperei a face de Angola, os terrenos, os casebres, tudo o que for residência, até mes




La Padep escreveu uma carta ao seu amor, à sua muito querida amada. Não tem Internet porque ainda é um privilégio dos nobres petrolíferos. A sua amada princesa Kituta desterraram-na para o reino de Olisipo. Segue o texto da sua bonita carta:

O Juízo Final

E disse o Senhor Eterno de Angola: Corromperei a face de Angola, os terrenos, os casebres, tudo o que for residência, até mesmo as das tocas de animais. Espoliaremos impunemente. Para isso fomos eleitos. E nas próximas eleições bateremos o recorde mundial da roubalheira. Manual da Destruição 6,7

Meu império das sagradas pétalas celestiais. Guarda a tua rosa vermelha que proximamente a minha abelha a fecundará. Olha, apresento-te as minhas teses, melhor, as minhas reflexões:
Muitos nobres comparam os problemas do reino assim: que os outros países demoraram muito tempo a reconstruírem-se depois da guerra. Isto é muito cómico, senão vejamos; tiveram ajuda estrangeira, trabalharam de noite e de dia. Tinham técnicos, boas universidades, controlo dos bens financeiros. Falavam muito pouco e trabalhavam muito. Não tinham as riquezas que o nosso reino tem. Não esbanjavam os bens. De qualquer modo comparar um reino com outro, para justificar o andar para trás é um tremendo erro. De notar que naquele tempo não havia Sida. Na prática não existe um reino igual a outro. Com a ganância do dinheiro ninguém pensa no dia de amanhã.

Democracias diabólicas que fazem explodir bombas por todo o mundo para imporem os reinos da fome. Democracias actuais com as mentes no século XIX. Quando lhes dão resposta dizem que são os terroristas. Os tempos do Império Britânico acabaram. Por incrível que pareça o império Europeu e dos EUA findam graças à globalização da informação. Não percebem nada de África, dos Árabes e dos Chineses. É bom viver na riqueza ocidental, desfrutando o oásis Árabe e Africano da fome. Num mundo de esfomeados a violência é a única coisa que lhes resta. Suspeito que o golpe militar no reino de Marrocos foi preparado pelo Ocidente.

Nem conseguimos uma pequena indústria doméstica, por exemplo de massa de tomate enlatado, porque temos que comprar um gerador, mais combustível, lubrificantes e homens para segurança. O preço de venda fica muito alto. É mais fácil importar e lá se vão os postos de trabalho.

E criaram modernos campos de concentração a que chamam cidades. Pagam a malfeitores internacionais para publicitarem que este reino é a maravilha africana. Onde todos somos ricos. Onde há divisão dos cheiros do petróleo pela população. Sim… só cheiros de uma atroz fome que aumenta diariamente. Um reino que depende em absoluto de uma única coisa: o desastre petrolífero. Manual da Destruição 18,19

sábado, 30 de janeiro de 2010

A Epopeia das Trevas (112). Quanto mais ignorância melhor governação. Mais uma nação, outra opressão


O meu professor cursou-me nos vexames, reexames da nossa tragédia enganadora. Já não tem valor a sua lembrança de tão igual, anormal libertação
Desta não analgésica governança ilustrada no fabrico de cadáveres inquisitoriais. Santo Oficinais dos Manuais Médios desactualizados, sebentas, sebentos
Isto não é de um, de nenhum, a todos pertence!
Acobertaram-se no sistema donde ninguém escapa dos campos concentrados
estalinizados, resignados na espera do malevolente Minotauro
Violência que acontece a um sucede a todos, a todas

A morte. Psicopatológico ritual, nesta moda habitual. Faleceram na inglória concentração
Primos, pai, irmão. Casa assaltada, carro. Crises palúdicas crónicas

Condescendeu, já bebeu, ascendeu ao paraíso terreal
A proa do vento forte cambaleia-o original, marginal
«Este vento norte, agreste, sopra forte sem leste
Está norteado pela tirania que nos consome, vento alcoólico importado
desgraçado, pelo governo encomendado. Nem aqui estou sossegado
Álcool importado… afora fico inebriado
Ó vento da Jasmim porque me empurras assim?
Que mareação… deixem-me bolinar a mastreação
O vento perdeu a cabeça. A minha está lenta, normal, áspera
A bebida está comigo, ou eu com ela?»
Vai chover! Pingos estão a aquiescer!
«Ah! É a ultima compra que fizeram. Importação de nuvens. Chuva importada
Muita chuva, ventos, furacões, ciclones, tufões. O céu está inundado de almas ébrias»
Ai!ai!ai! olha esse bêbado da motorizada atropelou a criança. Hê!hê!hê!.. matou-a!?
«Muitas mortes, poucas nascenças. Deficit demográfico. Mais uma importação…
Reprodutores equilibram a raça».
Com tantas vacas a pastar por aí?
«Dípodes de importação fácil».

Habituei-me, sentia-o como uma lápide

Eles, governantes passantes, anunciantes da precoce, precária vaidade
Estribilham as ruas, possantes nos alto-falantes dos cavaleiros metálicos andantes
Abrem passagem a um, a outro, a outros macrocéfalos pedantes
Não fossem as sanções, seriam carro-conceitos com mísseis atómicos
Adequados a repintar o quadro, muitos quadros da quadra Guernica
Fariam, mas fazem, um vendaval da minha venda Estremecem-na

Mergulhadas, submergidas no submarino do álcool bento
E prometem o habitual mas já sabemos que nunca o cumprem
Voltar às promessas, à prestação até à exaustão
Retornar aos dízimos, à dizimação
desta intransparente, insolvente governação
Empenhada a curto prazo na urgente dissolução dos nossos casebres

Os elementos dos lamentos da incurável congestão
Os fantasmas existem, subsistem, perseguem-me nos meus sonhos
Quanto mais ignorância melhor governação
Glória aos descendentes da hipocrisia na Terra
Um movimento de libertação, um pedaço de pano como bandeira, um hinista, um poetastro, tiros de canhão.
Mais uma nação. Outra opressão

A Epopeia das Trevas (111). Será possível que o MPLA não sabe que está a reduzir Angola a pó?


As noites e os dias aprenderam a abandonar-me
cansar-me desta repetição, sem imaginação
Vivo, mas não sinto nada do porvir

Desmiolada nas ruas sem sentido. Apavorada, abandonada quando
a velhice chegada, e está quase, nem por um trapo serei trocada
Que discriminação! Existem países que se vive bem, neste não
Porquê esta excepção?! Biologicamente somos todos iguais, ou não!?
Será devido à minha cor e compostura de cão?
Exijo uma resposta. Saber porque não tenho direito ao pão

O meu professor professou-me cabisbaixo:
«A casa está a desabar, não suporta as enxurradas sazonais. Sem Governo, depreciadas na nossa desumana incúria»
Mais um mês, outra vez?!!
«A corrupção fortalece o crescimento económico, e a fome, o outro desenvolvimento
Tamanha hecatombe de juristas e advogados são formados, doutorados. São mais desempregados, mais esfomeados»

Pelo nome parece que a Democracia é uma mulher como eu. Que Ela não anda, não sabe andar. Hei-de falar com Ela. Talvez porque estamos sempre sentadas nas nossas vendas, deve ser por isso que Ela não singra. Vou falar com as outras mulheres e vamos ter, falar com Ela. Vamos convidá-la, acompanhá-la a andar.
Se soubesse onde Ela mora, ou onde trabalha…
É a pessoa de quem mais se fala. Nunca a vi passar na rua, mas lê-se nos jornais e nas ondas frequentes da frequência electrónica
Se não a vejo e só a sinto levemente, é com certeza uma fantasia aparente
que me arrasta na leva, como toda a gente
Hum! Essa gaja, essa Democracia deve ser uma grandessíssima prostituta. É pá, deixa lá Ela safar-se. Atravessar toda a corrente na mesma jangada
É que não se consegue falar com essa senhora. Acha-se muito importante. Desavergonhada… quando a vir… vou-lhe dar monte de chapada. Democracia à-toa
Deve ser muito rica, tem medo de manifestar-se, por isso está sempre escondida
Com a sua riqueza e nós sempre na pobreza
É é muito misteriosa, desaparece e aparece de vez em quando

O meu professor Pigmeu itinerante reapareceu avantajado, sempre deslocado. O que foi desta vez?
«Roubaram-me o carro, consegui recuperá-lo, patético é agora conservá-lo. Mas consegui consertá-lo. Não evitei chocá-lo, frontal a 130 à hora
Da tormenta sobressaíram duas costelas que me atormentam»
Como as naus trágico-marítimas, agora história trágico-automobilistas

Eis o nosso beber e vender coisas não importantes, importadas
Desconfiadas, a qualquer momento assaltadas
Mesmo assim, sem me dar conta pus-me a cogitar com o meu cogito
sobre o amor. São tão poucos, conhecidos, desconhecidos.
O amor de Deus e de Jesus Cristo. Amar para matar, amor pelo dinheiro
Amor pelo poder, amar as velocidades, amor carnal, amar o maltratar
o próximo. Amar o ódio. Amar o nuclear.
Amar com desplante que já não existe amor. Existe e que de sobremaneira
A humilhação de amar a Deus sobre todas as coisas
servida pela humilhante servidão aos tubarões
Que no amor ingénuo e servil nos exploram, nos esfomeiam
na prisão dos mandamentos. Não podemos reagir
porque pecamos. As famílias dos tubarões sabem-no
Impunes milenarmente escravizam as pobres almas
Temerosas que do céu Deus lhes envie um raio na cabeça
Os esqualos bem treinados tragam os esquálidos crentes.
Que dormentes, paralisados e caçados pelos mesmos sempiternos predadores

O Cavaleiro do Rei (78). O ambiente em Luanda, em Angola, está numa impenetrável selvajaria. Quem conseguirá sobreviver-lhe?


Suspeita de bomba em Londres.
Os que roubam o nosso dinheiro para os bancos da Europa estão aterrorizados. Pensavam que lá estavam seguros, mas estão muito inseguros. Não dormem bem. Acordam com pesadelos a ver a Al-Qaeda explodir-lhes o dinheiro.

Um arquitecto comentou que o peso da água armazenada nos prédios pode ocasionar o desabamento a qualquer momento. Nos terraços e especialmente no subsolo é ainda mais perigoso devido às fugas que um grande tanque subterrâneo pode causar.
Lembraram-se disto passados trinta anos. É uma governação muito cuidadosa.

Dois bebés abandonados.
Um foi encontrado morto por um “mineiro que escavava” nos contentores à procura de comida. Viu o saco e pensou: «Hoje vou comer boa carne».
O outro, a mãe deixou-o encostado algures à espera que alguém o apanhasse para lhe dar comida. As mães preferem abandonar assim os seus bebés, do que vê-los a morrerem, a padecerem de fome.
Este reino está perdido e jamais se encontrará.

Os jovens finalmente decidiram escolher o caminho que acham ser o mais certo, o mais curto para o suicídio colectivo. Não, não são os da rua. São os que têm pais e família auto-sustentada. Normalmente reúnem-se em grupos de doze. O que recebe o vencimento no fim do mês, quando lhes pagam, manda comprar seis caixas de cerveja. Bebem até desmaiarem. O jovem continua assim até acabar o dinheiro. Depois é a vez do outro e do outro. Até que a vida lhes diga adeus. Esperam calmamente pela morte. Já não têm vontade de viver. Cadáveres que fazem o possível por se manterem de pé. Pais e mães perderam-lhes a vontade, a noção do diálogo. Também estão coniventes. Deram-lhes a lição de que não vale a pena viver.

Dizem que as jovens não servem para namorar. Existe o receio da Sida. Elas, talvez sirvam os piores exemplos. Não oferecem garantias de estabilidade. Querem divertir-se de qualquer maneira, não com um, mas com muitos.
A curto prazo para continuarem os destinos do país teremos que importar jovens. Estes já não servem. Talvez possam ser utilizados como provedores de bebidas.

CAPÍTULO XXIII
O EXÍLIO

«O ministro da Comunicação Social, Manuel Rabelais, disse um dia destes, penso que no Sumbe, que os jornalistas devem estar preparados para transmitirem mensagens que fortaleçam a democracia em Angola e consolidem a paz e unidade nacional.»
Orlando de Castro em: http://altohama.blogspot.com/2008/08/os-conselhos-do-ministro-manuel.html

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

ATINGIMOS O ZERO (1)


Não sabemos como seremos governados por uma Constituição que não votámos, que não aprovámos. Não sabemos se amanhã teremos água, luz, Internet. Se adoecermos como seremos socorridos. Se seremos assaltados, ou vitimas da feitiçaria. Se conseguiremos dormir com o barulho dos geradores ou morreremos asfixiados pelo seu fumo tóxico, mortal.

Se os nossos apartamentos desabarão pela infiltração das águas dos vizinhos selvagens, atípicos bantus. Não sabemos se conseguiremos tapar os nossos ouvidos por causa das festas, do álcool e dos iguais barulhos aterradores dos escapes livres das motas. Ou se seremos presos porque acusados de difamação ou incitação à violência.

Ou por outro motivo por qualquer um do soberano poder. É tão triste viver assim diariamente tão inseguros, sem futuro. Mas os bajuladores dizem que assim é que está bom no reino mais aprazível que até hoje nunca se igualou no Golfo da Guiné.

Os bajuladores já perderam a consciência e desumanizam a nossa vivência. Não irão certamente bajular a Sandra Mariza e o crime desordenado. Sandra Mariza, uma jovem polícia angolana do trânsito foi arrastada e assassinada barbaramente por um jovem tresloucado condutor de táxi durante mil metros.

É urgente que as empresas de autocarros assumam também o transporte de táxi e acabem de vez com a desordem criminosa dos taxistas que deveriam estar numa escola e nunca ao volante de um táxi. É também urgente que se acabe com o abandono da juventude em todas, como se diz por aí, as vertentes.

É bom lembrar que este caos da Nação espelha a actual governação, que tem de mudar, senão não saberemos o que mais nos desesperará. Para a nossa polícia os nossos mais sentidos votos de pesar e que ajam com muita firmeza porque até nos nossos lares vivemos sempre na incerteza da espera de sermos assaltados. Relembro que a situação calamitosa da nossa criminalidade é sobretudo conjuntural.

E Angola retorna ao 25 de Abril de 1974 – e lugubremente parafraseando Manuel Alegre – não há ninguém que resista, ninguém que lhes diga não. Angola caminha na falsa harmonia do suicídio colectivo. Na falsidade da vida da cidade de Luanda que destrói os nossos cérebros noite e dia.

Perante a anarquia governamental do tudo é impune. A única coisa que parece funcionar é a espoliação dos bens dos vendedores nas ruas, e partir casebres para entregarem os terrenos aos congéneres da ansiosa escumalha nacional e internacional. Um conjunto, um marasmo de idiotas que contracenam no nosso terrorismo urbano.

Está tudo a ficar muito acidentado. O analfabetismo é a cada momento mais impressionante. São só desempregados e esfomeados sem habilitações literárias e profissionais que invadem ruas e assaltam. Há sempre ondas de roubos diários não relatados, fora do controlo policial. Não existe nenhuma polícia no mundo que consiga conter tal onda de esfomeados. São estes milhões marginalizados que muito brevemente, já acontece, inaugurarão a filial angolana da pirataria da Somália.

A Epopeia das Trevas (110). E em Angola, como um violento tremor de terra, apenas restam ruínas da independência e algum lixo humano


Na calada da noite ou do dia as traseiras dos prédios são óptimas, seguras
para amontoar o lixo. O calor justifica a preguiça e demais acções dos desumanos
Sempre cansados! Eternamente, habitualmente despreocupados!
Importunados pelos mosquitos dos pântanos palustres que amiúde constroem
E os ratos surgem como comboios rápidos perante a passividade dos seus irmãos na superfície e até das cisternas de água suspensas. E a tribo bantu não desperta
Infestam-se epidémicos, divertem-se, comem, dançam com a peste negra
Batalham os despojos das festas que se inventam. O bantu está sempre em festas
Está tudo carcomido, fendido como árvores sem folhas que são esqueletos e teias de aranha

Juraram! Tudo o que estiver em pé será destruído
De verticais serão homenageados horizontais
Tudo começa logo após o nascer e acaba pouco depois

Sinto-me confusa! Não sei se a vida nos convida à morte, ou a morte nos abandona
Abriguei-me no analfabetismo e na mais pura ignorância
Destruindo, arrasando o que sobrou da estrutura arquitectónica colonial
Universalizamos uma imensa pocilga com inenarráveis porcos

O MEU PROFESSOR

Mas que amigo cativei. O professor Batista juntou-se, reforçou a minha epopeia
Nunca lhe perguntei mas acho que é Pigmeu. A cabeça dele é uma criança
É meu cliente habitual, varredor do vinho tinto, paga no fim do mês. Com preces para o seu patrão que já lá vão três meses sem um tostão. O nosso namoro de verdade, antes era a fingir, começou quando ele mudou, fugiu de casa.
«O esgoto intensificava, empurrava o meu casebre. Tive que badalar, baldei-me. Baldeavam tudo para o meu casebre. As paredes liquefeitas já do lar fissurado. Derrogados alicerces em juízo e fora dele. Com grande empenhamento voltámos aos tempos gloriosos da Idade Média»
Sei, a conduta da água dos oitocentos metros…
«Oitocentos milímetros»
Faz diferença?!
Ele lançou duas setas dos seus olhos afundados para o alvo bem visível das minhas chuchas.
«Somos um povo secularmente paciente mas diariamente impaciente. Não queremos saber de nada, nem de ninguém… extinguimo-nos»
Com emprego para empresas estrangeiras e estrangeiros, nacionais não!
«Se você gritar: abaixo a exploração! O nosso povo vive na miséria! Presidirás mais um partido político»

Os dias esticaram até um mês. Ele não aparecia, porque seria?
Desconfiei que a conta fiada não mais pagaria
Alvitrei-lhe o esquecimento. Em mais uma noite que a minha vida regredia
ele voltou. Marado, descarregou-se do assento, já comprou carro bonito:
«Venho pagar os juros e a minha conta. Demorei… assaltaram-me
não me levaram, levaram-me os documentos. Sim! Tive que comprar carro
Mesmo assim saio de casa às quatro da manhã
para percorrer incógnitas distâncias»
E a tua esposa?
«Semeia!.. Pomba em pombal domesticado, arrulhado
com receita da feitiçaria a favor das concubinas:
Vai-se a um cemitério e recolhe-se um crânio,
depois esmaga-se bem até ficar moído, em pó
Mistura-se na comida e bebida da esposa
Podemos entrar em casa com o arsenal das nossas amantes
que ficam invisíveis. A dona da casa não sente, nada vê»
Muito patusco!
«É o tempo pagão que dealba patranhas nas nossas seculares artimanhas»

O Cavaleiro do Rei (77). Vamos embora… se até o Etona quer mudar de nacionalidade.


Em Samza Pombo, Norte de Angola, inaugurou-se uma escola primária com duas salas. Custou doze milhões de kwanzas. Nota-se de imediato que o custo daria para duas escolas.

- Lwena!!!
- Diga! Porra… você é chato, o que é agora?
- Vamos embora… se até o Etona quer mudar de nacionalidade.
- Quem é esse tona?!!
- Já não te expliquei?! É aquele artista plástico angolano muito admirado no estrangeiro e que aqui não lhe dão nenhum valor.
- Será que ele é mesmo angolano? duvido.
- Olha Lwena, vai à merda.
- Obrigado.

Há meses que espero a ajuda da minha filha que está em Portugal. Já lhe disse para nos apoiar, para nos aguentarmos aqui mais uns dias. Não compreendo o abandono dela. Até nos dias do meu aniversário nem uma simples mensagem. Deve ser por causa dos ensinamentos democráticos que aprendeu. Quem está em Angola que se lixe. Ao menos que democraticamente lhe ensinassem que os pais não são como os lideres políticos. Hoje estão no poder, amanhã não. Os pais são os únicos que permanecem eternamente no poder. Que civilização, que torpor edificamos! Os filhos são como os pássaros. Os pais ensinam-nos a voar, saem do ninho e esquecem-nos para sempre.
Como pai só me resta, na dor do meu coração pensar: olha, minha querida Lwena, hoje à noite vamos atacar a aldeia, porque as leoas estão a dormir.

O Cliente português não paga. Não pagam a ninguém. E o que pagam, dizem que é uma gasosa para distrair, para entreter o pessoal. Sem lei, a lei é deles, são eles. Vamos vivendo à espera que alguém se lembre que isto é um verdadeiro país, não é um reino. Entretidos com o aumento do preço do petróleo, que não pára de subir, fazem as suas contas. Quanto cabe a cada um. Pensam em comprar uma ilha e irem para lá. E nós que nos lixemos. Tiram-nos a luz, a água, o direito à alimentação. Tudo para eles, nada para nós. Não temos acesso a umas sobras. Isto é digno de um filme de ficção científica, daqueles onde surge um monstro que come todos os seres humanos.

A Lwena caiu nas escadas. Ficou meia hora sentada. Caiu tudo no chão. As meninas do quinto andar é que lhe ajudaram a apanhar as coisas que se espalharam nos degraus. Estou esclarecido. O colonialismo branco e este negro são demasiado monstruosos.

Na Rádio Nacional o locutor afina a voz, cria impacto. Trata-se de uma grande informação que aí vêm. Mais uma grande vitória para o país anuncia-se. «As alfândegas conseguiram arrecadar em receitas noventa e nove milhões de dólares até agora. A maior de sempre».
Que pobre espírito informativo. Será que estamos em 2005?... Não me parece. Retrocedemos no tempo, e disso ninguém parece dar-se conta. Não é assim que se informa. Está bem, não é necessário lembrar que estamos num país de analfabetos. Mas nem todos o somos. Vale lembrar que esta notícia deveria ser dada assim: com as receitas, menos as despesas, obtivemos um lucro de…
Convém acrescentar que a idiotice é igual ou superior ao valor das receitas, quando apenas se conhecem estas.

Voltaire. Ao mesmo tempo, ele venerava o Deus da Natureza, o Deus que nos dá chuva e flores, luz e alimento, saúde felicidade


Então Voltaire foi chamado de escarnecedor.

De que ele escarnecia? Ele ridicularizava reis que eram injustos; reis que não dava a mínima importância para o sofrimento de seus súditos; ele ridicularizava os nobres idiotas do seu tempo. Ridicularizava a corrupção na corte; a desonestidade, a brutalidade, a tirania dos juizes.

http://www.mphp.org/racionalismo/voltaire---robert-g.-ingersoll.html

As leis absurdas e cruéis; os costumes bárbaros; ele ridicularizava papas e cardeais, bispos e padres e todos os hipócritas da Terra. Ele ridicularizava historiadores que enchiam seus livros com mentiras; e filósofos que defendiam a superstição. Ele ridicularizava os que odiavam a liberdade, os perseguidores dos seus semelhantes. Ele ridicularizava a arrogância, a crueldade, a desfaçatez, e a indizível ignorância de sua época.

Ele tem sido atacado por usar a arma da ridicularização.

A hipocrisia tem sempre odiado a risada, e sempre o fará. O absurdo detesta o humor, e a estupidez detesta a ironia. Voltaire foi um mestre na ironia. Ele ironizou o absurdo, o impossível. Ele ridicularizou as mitologias, os milagres, as vidas estúpidas e as mentiras dos santos. Ele encontrou a falsidade e o fingimento coroados pela credulidade. Ele viu a maioria ignorante ser dominada por uma minoria astuta e cruel. Ele viu os historiadores, saturados pela superstição, enchendo os seus volumes com detalhes impossíveis. E encontrou cientistas satisfeitos com a desculpa "dizem".

Voltaire tinha o instinto da probabilidade. Ele conhecia a lei da média, o nível do mar; ele tinha idéia de proporção, então ele ria das monstruosidades e deformidades mentais – os non sequitur – dos seus dias. Aristóteles afirmava que mulheres têm mais dentes que os homens. Isto era dito e repetido pelos cientistas católicos do século dezoito. Voltaire contou os dentes. Os outros estavam satisfeitos com o 'dizem'.

Voltaire, por muito tempo, apesar de seu ambiente, apesar da tirania e opressão quase universais, acreditava em Deus e falava numa religião da Natureza. Ele atacava as crenças de sua época porque elas eram ofensivas a seu Deus. Ele imaginava uma divindade como um pai, como fonte de justiça, misericórdia e inteligência, enquanto que a crença da religião católica O transformou num monstro de crueldade e estupidez. Ele atacava a bíblia com todas as armas de que dispusesse. Ele atacava sua geologia, sua astronomia, suas idéias de justiça, suas leis, seus costumes, seus milagres absurdos e inúteis, suas maravilhas tolas, sua ignorância sobre todos os assuntos, suas profecias insanas, suas ameaças cruéis e suas promessas extravagantes.

Ao mesmo tempo, ele venerava o Deus da Natureza, o Deus que nos dá chuva e flores, luz e alimento, saúde felicidade -- e que enche o mundo com juventude e beleza.

Atacado de todos os lados, ele lutou com todas as armas que a ironia, a lógica, a razão, o escarnecimento, o desprezo, a indignação podiam dispor, ele freqüentemente pedia desculpas, e as desculpas eram uma ofensa. Ele às vezes se retratava, e a retratação era milhões de vezes pior do que os motivos da sua retratação. Ele retirava, dando mais. Em nome da grandiloqüência, ele destruía suas vítimas. Na sua reverência havia veneno. Ele constantemente avançava fazendo recuos e reafirmava, retirando-se.

Albert Camus. "luta contra o terrorismo" constituem as coberturas ideais para a aplicação sistemática, por parte da burguesia, de seu próprio terror d


Sua complementaridade é evidente. Foi graças ao FIS que a combatividade proletária de outubro de 1988 foi desviada para a guilhotina parlamentar.

http://www.algosobre.com.br/historia/administracao-colonial.html

Como bom partido social-democrata, o FIS clamava que a hora havia chegado para que a "soberania de Alá" se instalasse igualmente no parlamento. Participou ativamente no fortalecimento da ilusão que muitos proletários tinham quanto à organização das primeiras eleições livres desde "a independência". Mas a "livre escolha" entre candidatos verdugos não pode fornecer outra perspectiva senão a de sempre: repressão de sua luta e manutenção da exploração burguesa! O FLN, partido único até então, sofreu uma derrota única, em proveito dos dirigentes do FIS, partido em que os proletários, despossuídos de sua luta, investiram suas melhores esperanças. O FIS ganhou as eleições municipais em 1990, e o primeiro turno das gerais, em dezembro de 1991.

Entretanto, o segundo turno das eleições legislativas, previstas para janeiro de 1992, nunca ocorreu. Foram anuladas depois da tomada de direção dos aparatos centrais do estado pela fração burguesa unificada em torno do estado maior do exército.

A persistência de uma forte combatividade proletária durante este período nos permite compreender que, na realidade, o FIS foi superado pelos acontecimentos (os distúrbios de 1991). Desde então, a fração burguesa unificada em torno do estado maior do exército, sabendo que não tinha nenhuma credibilidade a defender frente ao proletariado, estimou que só podia restabelecer a ordem burguesa. A situação, que escapava também do controle do FIS, podia então repolarizar-se dentro de uma guerra interburguesa entre o FIS e os militares.

Uma participação no governo poderia ter sido fatal para o FIS. Sua composição é demasiado heterogênea para que pudesse, sem risco de deserção massiva, assumir concretamente as tarefas da região, a saber:

• Conduzir abertamente a necessária repressão dos elementos mais combativos de outubro de 1988.
• Continuar com a destruição do proletariado excedente.
• Executar os inevitáveis planos de austeridade futuros.
A aplicação deste programa provavelmente teria conduzido o FIS a perder toda credibilidade frente ao proletariado.

O "golpe de estado militar" permitiu impor assim a ordem aos proletários na Argélia preservando o FIS. A fração burguesa reagrupada em torno do estado maior do exército, que jogou o papel de partido da ordem, pôde exercer sua repressão, como sempre, devido à combatividade do proletariado ter sido previamente deslocada pelas frações social-democratas. É essencial ver aqui que, apesar de não participar (oficialmente) do poder, o FIS havia preparado o enquadramento parlamentar dos proletários, o que de fato foi decisivo na restauração da ordem burguesa.

Assim, as frações social-democratas conseguiram preservar quase intacta sua imagem, apesar da real colaboração repressiva. Mais ainda, a fração islâmica podia se apresentar como mártir e continuar seu papel de catalisador do descontentamento proletário. Se não se pode excluir que certas frações islâmicas tenham inclusive empurrado certos proletários a efetuar atos de terror burguês, é inegável que a maioria - senão a totalidade - dos massacres, habitualmente atribuídos ao "islamismo armado", são pura e simplesmente atos do exército argelino, e portanto também do estado francês, através do enquadramento e aprovisionamento das forças repressivas argelinas que este não deixou de proporcionar.

Enfim, quando, sob a bandeira islâmica ou não, o proletariado desenvolve seu terror de classe contra o exército ou outras milícias organizadas pelo estado, nada mais normal do que a burguesia colocar as qualificações ideológicas de "fundamentalismo muçulmano" e "massacre cego de inocentes". Esta amálgama e a "luta contra o terrorismo" constituem as coberturas ideais para a aplicação sistemática, por parte da burguesia, de seu próprio terror de classe, "o terrorismo de estado". Assim, se justifica a militarização crescente do regime como "esforço nacional", em que o proletariado paga sempre o pato. A polarização burguesa entre FIS e militares, "terrorismo versus antiterrorismo", fez possível a desarticulação de toda verdadeira luta sob bandeiras proletárias e a imposição de condições de vida ainda piores, sempre pautadas além disso por novos massacres.



As "arch"


Uma debilidade importante, que constatamos e que na realidade é recorrente em todos os movimentos atuais que sucedem através do mundo, é que o conteúdo proletário é afirmado pelo próprio curso da luta, mas não é reivindicado explicitamente. O objetivo comunista não é identificado, não é assumido conscientemente.

Imagem: http://ogrifoemeu.files.wordpress.com/2009/07/camus-o-estrangeiro.jpg

O 22 de Janeiro de 1993 existiu mesmo!


Sei (e não serei certamente o único) que, no meu País, as feridas ainda sangram e que as cicatrizes ainda doem devido a tudo (e mais alguma coisa) que precedeu o dia 22 de Fevereiro de 2002 e que terminou nesta mesma data.


Mas tais feridas e tais cicatrizes jamais poderão servir de pretexto para não nos lembrarmos do significado de que se revestem certas datas como a que se assinala hoje, 22 de Janeiro.

Foi a 22 de Janeiro de 1993 que alguém, que se julga o maioral dos angolanos, decidiu, por sua conta e risco, dar ordens para que os angolanos, que se julgam de primeira, saíssem à rua para tirar a vida aos angolanos de segunda. Ou seja, matar todos aqueles que fossem de origem Bakongo, todos aqueles que não soubessem falar português.

Por isso, esquecer o 22 de Janeiro de 1993 é o mesmo que admitir que os angolanos não têm memória colectiva.

E porque felizmente alguns (embora poucos) ainda vão tendo memória e porque entendem que a memória é uma faculdade que cria laços entre o Passado e o Presente, entre todos os angolanos que, afinal, são troncos da mesma arvore (Angola), recuso-me terminantemente a esquecer esta data de triste memória.

Porque não subscrevo a teoria segundo a qual o Sol, em Angola, nasce apenas para alguns, e não para todos, sou forçado a dizer que o 22 de Janeiro de 1993 é uma realidade que não pode ser apagada da nossa História.

Porque é preciso abrir caminhos para que, num futuro próximo, não mais tenhamos no poder angolanos com mentalidades obsoletas e gregárias, sou forçado a dizer que a História sobre o 22 de Janeiro não pode, de maneira nenhuma, ser silenciada.

Porque tenho medo do esquecimento, devo que dizer que o único Bakongo destemido que falava abertamente disso, Mfulumpinga Landu Victor, foi banido do nosso seio.

Foi, apesar de ter sido deputado à Assembleia da Nacional, morto como se de um cão se tratasse.

Porque percebi que a data iria passar despercebida a todos os angolanos, sugiro, por esta via, que a nação Bakongo se reuna e reflicta sobre a data em apreço.
Pessoalmente recuso-me a esquecê-la.
jorgeeurico@noticiaslusofonas.com
22.01.2010

A impune lavagem de dinheiro do desenvolvimento económico


Angola está sem governo. E o nosso PIB sobe, está sempre a subir.
Sem oposição, o dinheiro usurpado gasta-se em vão. É a prova elementar de que em Angola para alguns, sempre os mesmos, o dinheiro não lhes custa a ganhar. Sem oposição, é espoliar, é espoliar, sem fartar. Não, não é um país, é um palácio, um templo perdido.


«Grupo Média Nova a beira da falência
Quinta, 28 Janeiro 2010 20:08

Lisboa – Uma onda de pânico se instalou no seio dos trabalhadores do grupo Midia Nova, pelo facto de correrem rumores, segundo os quais, dentro de alguns meses, haverá despedimento nas empresas subsidiarias deste que é o maior grupo empresarial angolano apostado na imprensa.

Fonte: CLUB-K.NET

Despedimentos e falta de salários
De acordo com constatações na TV Zimbo, só na estação televisiva prevê-se a demissão de mais de 100 funcionários, entre produtores, realizadores, jornalistas, operadores de câmara, assistentes de reportagem, motoristas, relações públicas, entre outros. Na Central da Rádio Mais, localizada no Projecto Nova Vida, em Luanda, prevê-se a saída de um número considerado de funcionários de diversas áreas. No Semanário Econômico, A Bola (edição Angola) e n´O PAÍS, tanto como nas revistas Vida, Chocolate e Exame também estima-se que serão demitidos funcionários.

O mesmo clima de pânico alastrou-se até a gráfica Damer, considerada por muitos como a maior da África Austral. ( investimento de 35 milhões de dólares e previa render 30 milhões de dólares/ano)

A nível das bases, o primeiro sinal de que a empresa estava a enfrentar dificuldades financeiras foi manifestado com a retirada dos subsídios de alimentação e de transporte.

Durante uma reunião com a directora de recursos humanos do grupo Midia Nova, Kenia Sundão, ocorrida o ano passado, ficou acordado que os expatriados ficariam encarregados das suas próprias despesas (alimentação, combustível e empregada domestica).

A primeira onde de explosão aconteceu o ano passado e abrangeu tanto os funcionários da TV Zimbo, da Radio Mais como do Jornal O País. Em alguns casos, os mesmos (incluindo jornalistas dos dois semanários) são obrigados a irem fazer as suas reportagens nas suas viaturas pessoais.

Na Impriscrita, empresa produtora do Semanário Económico, os funcionários mostram-se insatisfeitos porque não estão a ver cumpridas as promessas feitas no momento da contratação. Há três meses que não recebem salários. A responsável das finanças fez saber recentemente que o problema da falta de salários não correspondia a crise financeira.

Nas bases, os motoristas do grupo começaram já a procurar outros empregos por alegadamente não se sentirem seguros e temerem que sejam os mais prejudiciais. Por outro lado, a falta de transporte da empresa tem levado os jornalistas a andarem de táxi na busca de informação.

A empresa em referencia é uma sociedade privada ao qual se inclui, o assessor presidencial, Manuel Viera Dias que ultimamente tem sido visto a fazer visita nas instalações da mesma.»

«Há quantos anos anda o Armando Vara sob suspeita?? Nao ha forma de acabarem com toda a novela a prenderem o senhor??»


joao, porto | 30/10/09 09:56

Agora dá para ver de onde vem o dinheiro para o nosso parque automovel!!!! Isto é que são prendas...

DIÁRIO ECONÓMICO

O Sr. Vara já devia ter sido julgado há muito tempo, pois em tudo que é mau ele está metido... Agora vai dizer que é um coitado e que nada fez de mal, que as notas cairam na mala dele e ele não sabia do que eram....

Assim Portugal nunca mais vai andar para a frente, pois infelizmente ganha não o melhor mas sim o mais ladrão....

Joao Augusto, Lisboa | 30/10/09 10:01

Há quantos anos anda o Armando Vara sob suspeita?? Nao ha forma de acabarem com toda a novela a prenderem o senhor?? E já agora a administração do BCP que se demita... Corrupção nos escritorios do banco??? Que vergonha o que o BCP se tornou...

José Carlos, Suiça | 30/10/09 10:18

Ainda vem a administração do BCP "manter a confiança" neste individuo!!!! Como é que é possivel manter essa confiança sabendo o que já se sabe sobre esse individuo...... Até parecem cúmplices nesse ou em algum outro crime....e tentam encobrir o malfeitor para melhor se cobrirem..... isto está tudo podre tenho a impressão que temos de regressar a um regime mais autoritário para tentar pôr ordem na casa. A primeira medida necessária, diria mesmo imprescídivel seria de pegar em todas as leis portuguesas e inclusive a constituição e jogar ao lixo pois se estamos tão de rastos vem daí o primeiro problema visto que essas leis são feitas por estes senhores (corruptos até à medula) para servir os seus intentos.... isto é para poderem gamar sem jamais irem parar ao chelindró.... e é isso que se tem passado sem quase nenhum condenado por corrupção ou ladroagem.... só talvez algum peixe miudo que está distraído... E no lugar dessa tralha de leis idiotas que temos proponho que se traduzam as leis de um país em que a justiça FUNCIONA (por ex. Suiça). Outra medida também muito importante seria a de pôr os juízes e toda a gente que trabalha na justiça a TRABALHAR e quem não tiver aproveitamento neste capítulo só tem um caminho, RUA... veriam logo se Portugal não mudava de um dia para o outro!!!!....

PÚBLICO ÚLTIMA HORA

1.

JP, Lisboa, Portugal. 15.01.2010 10:42

ACHO MUITO BEM

espero que tenha muitos anos de vida e qua por lá se mantenha pois é o garante da estabelidade e desenvolvimento de angola. antes que começem a verter dor de corno relembro que neste momento estão 150.000 portugueses a trabalhar na reconstrução deste pais e que o mercado angolano é vital para as princiapis empresas deste miseravel país de gente ingrata e invejosa. angola em pouco tempo perdoou os portugueses de tudo o que por lá andaram a fazer. tem dado significativos passos na caminho da democracia e é no minimo extraoedinario portugal pretender dar lições de qualquer coisa a este país Tenham Vergonha

1. JP, almada. 15.01.2010 12:43

Nota para o futuro

Quanto à a parte económica da questão Angolana, o que eu sugiro para o futuro é que se deixe o gangue 'dos Santos' investir o máximo de capital roubado aos seus concidadãos aqui no nosso país e quando o cofre estiver bem cheio nacionalizar tudo sem direito a indemnização como eles fizeram a tantos portugueses. Assim resolviamos o nosso défice por uns tempos e até tinhamos 100 anos de perdão.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A Epopeia das Trevas (109). Que vitoriosa insensibilidade à destruição e à morte este povo se contemplou


No quinto andar a meio da varanda plantada, airosa
orgulhosa, desenvolve tronco obstinada árvore
O crescimento alonga-lhe a fenda, buraco desnivelado
A ramagem optimiza um estendal de roupa
Tiraram a vontade à água para subir, a electricidade dificulta o luzir
Recomeça a escravidão, exploração intensiva. As crianças desalinham-se
confrontadas com pelotão de fuzilamento senão utilizarem o carregar braçal, animal
O liquido térreo poderoso, oneroso nos seus corpos
Que lhes desviará a tenra coluna vertebral
Novos tempos, novas arquitecturas. Pedantes inquilinos alcandoram-se
recém chegados, promovem terramotos que desabam as paredes internas
alternam as estruturas. Partir, desfazer, destruir por entre barulho infernal
O poder do dinheiro fácil consolida-se. Poderoso, majestoso senhorial
estaciona o gerador na base que era do elevador. Perdido na lei do seu quintal
iluminado, de oásis envenenado

Entupiram as fossas que esguicharam merdice e riem-se, felizes
do lodo humano oprimido nas galerias tubulares. Quanta mais merda mais felicidade no prédio

Ninguém se importunou com o habitat anormal da convivência sem regras
O perfume abjecto dita o paradigma da aceitação social
O lazer decisório impõe o retorno medieval
Do cavar vala e escoar o fedorento nojo pela rua afora
E das cagadelas, comemoram-se festejos pelo feito alcançado
devidamente autorizados por quem de direito
A água da infiel empresa do fornecimento abastece a horas incertas
No primeiro andar as torneiras coloniais esgotadas pelos anos destruidores
jorram minando os alicerces prediais
Culminando na destruição precoce. Batem-se palmas e sorrisos por tais feitos
nunca antes vistos

No quinto andar acomodaram as portas com bocados de lenha tétrica
que desesperadas, esperam a visita de Edgar Allan Poe
Lúgubres paredes invocam os espíritos dos antepassados
Repartem-se, aproveitam-se, sobram bocados
Na casa de banho dois buracos fétidos improvisados espreitam os necessitados
No chão fissurado as intempéries invadem o tecto do quarto andar desfeito
Estóico nas restantes áreas, funda-se, desce, afunda-se no marxismo-leninismo

Um fusível principal interrompe o circuito da energia eléctrica. Electricistas com instrumentos sofisticados parecendo do Além com um qualquer alicate, na falta improvisam algo, puxam, repuxam cabos
A potência eléctrica desordenada aumenta, os fusíveis restantes enfraquecem
adoecem sem remédio. Acabou-se, extinguiram a iluminação,
repõem-na e algumas labaredas despertam o terror
da erupção do vulcão eléctrico. Lançam fugas com risada para a plateia
pela gratuitidade da tragédia merecida

Nas traseiras dos prédios reforça-se a proeminência do poder
grande, entre os grandes generais imperiais
Mandarem partir, evacuar paredes. Saem festejos, com álcool a jorros.
Como um rio desviado do seu curso, nascem lagos, lagoas

Que vitoriosa insensibilidade à destruição e à morte este povo se contemplou

O Cavaleiro do Rei (76). Estamos a ser exterminados e ninguém ousa opor-se a toda esta merda?!


A Lwena foi ao mercado do Roque Santeiro comprar bolachas, rebuçados, doces, cigarros para que não morramos de fome. Chegou muito cansada, arrasada:
- Ai meu Deus! Os bandidos queriam roubar-me tudo. São tantos, estão por todo o lado. É impossível, eles querem roubar dinheiro e se nos distraímos roubam-nos tudo.
- Está como tu gostas, sua colonizada!
- Sim, muito obrigado!
- LWENA!!!!!
- Diga!!!
- Se gostas de estar nesta merda aguenta.
- Já estou habituada.
- Desculpa, mas já não tenho paciência, estou cansado. Já não consigo aguentar esta merda. Quero ir-me embora.
- Pode ir.
- Ó Lwena!
- Diga!
- Estamos a ser exterminados e ninguém ousa opor-se a toda esta merda?!
- Se você acha que é muito corajoso então vá lutar com eles!
- Viva a vossa escravidão sua colonizada de merda!
- Muito obrigado!
- Tu queres é um Stay free no meio das pernas.
- Pode-me explicar que merda é essa?
- Sua parva, sua burra, não sabe nada?!
- Já sei que nós somos todas burras, ignorantes, parvas. Você que sabe tudo, é um grande cientista, vá, explique-me!

Esta Lwena, minha esposa, é muito chata. Passa o tempo a pedir-me que lhe explique tudo, mas por vezes confesso que já não tenho paciência.
- Ó sua parva…
- Muito obrigado…
- Posso falar ou não? Sua parvalhona.
- Fale, só você é que fala, ninguém tem o direito de falar, você é que sabe tudo.
- Porra! Nunca ouviste esse anúncio do stay free?
- Não.

Lembrei-me que ela não perde, nem tem tempo para ouvir rádio e a televisão dá-lhe sono. A ela e a todos nós.
- Lwena, isso do stay free é um anúncio que fala dos pensos higiénicos para pores na tua rachinha.
- Só isso? Pensei que fosse outra coisa.
- Sua estúpida deixa-me falar... o stay free é inglês, significa fica livre, é um anúncio que anda por aí. Diz que protege bem a tua rachinha quando estás com a menstruação, e é demais… protege-te a quatro dimensões. As partes das perninhas, a rachinha e o grelinho. Quer dizer, que mesmo que saia o sangue todo da tua rachinha, o stay free te protege, sentes-te muito livre. Ah! Ah! Ah!
- Ai é?! Eles que vão para a puta que os pariu, não preciso disso para nada. O que eles querem é roubar o nosso dinheiro. Isso é para as mulheres dos ministros, dos novos-ricos, eu não sou mulher para essas coisas de luxo.
- Sim tens razão. Da maneira que fazem a gestão será impossível viver neste país.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A Epopeia das Trevas (108). A grande macacada ensaiava os primeiros paços da liberdade irresponsável


Comentário anónimo recebido «ola marta. cumeça e tirmina o sonho de ter filhos em luanda e em particular em Angola.
isso é imcrivel tive que dormir durante dois dias na porta da escola são josé de clony, junto ao antigo largo do kinaxixi, para cosiguir uma vaga para o meu filho estudar a iniciação, comigo estavam mais de 400 pais para fazer a matricula. meus irmãos o futuro do nosso país esta a morrer como morreu os nossos palancas negras no 11 de Novembro»


Angola não tem futuro, caminha muito rápido para o suicídio colectivo

A oposição também é papão do vil metal. Entre estes e o poder
não têm diferença, só existe a luta do ter
A produção petrolífera aumenta, o álcool também
Conduz as mentes vazias cheias de festas
Na universidade com nova cadeira obrigatória: farras
Onde a oposição dandi vasculha novas palavras para o egocêntrico alvo
Ninguém os ouve, lhes presta atenção
Absortos, dominados pelo barulhento imparável, estertor musical
Sem família, desintegrou-se como uma árvore arrancada pela raiz
Lei e ordem? Só desordem! Hipocrisia teológica: acabar uma guerra começar outra
Maravilhados com a maldade, espirituosos com a ignorância. Comoventes!
Pasmo com tantas obrigações sem soluções. Falta-me a mais importante, ler
Ler? Biliões com cérebros deformados, esfomeados lêem livros? Não!
Sem cérebro e sem dinheiro para comer não é possível ler
Deixam-se de vender biliões de livros. Prejuízos incalculáveis
Um exemplo da anarquia para criar local de estacionamento. Colocam-se algumas pedras na via pública O camarada governante afia a arma pré-histórica de sílex
Imponente, com ares de modernizado, letrado

Quando há prémios nacionais de cultura e arte
As famílias do polvo vencem-nos sem tentáculos
Que graça terrífica: os comunistas copiaram os métodos da governação salazarista
Regressaram ao salazarismo, à cidade capital atabalhoada
e às províncias na Idade Média
Minha Angola não! República ONG sim!
No auge da exploração e escravidão. De povos abandonados ao seu azar

O PRÉDIO

O prédio caiado de branco, higiénico, era dos Brancos
Ocupei, ocupamo-lo de acordo com a liberdade do poder popular
Vida nova nos prédios que conquistámos. Não são mais do colono
Pertencem-nos, tudo agora é nosso. Só meu! Só teu!
Vou gozar muito a minha independência. Viva o socialismo! Viva o poder popular!
Arrombei a porta, escrevi na parede à entrada, OCUPADO MPLA
Os Brancos deixaram coisas bonitas, são minhas, catitas!
Deixaram o que nos roubaram (?)
Colei um biquíni, mini-saia ultracurta, espelhei-me e pirei-me
Vou festejar, passear a minha vaidade

Não acabam os festejos, conforme os meus desejos
O tempo passou, senti que algo… jamais voltou. De repente tudo acabou
Chegou o trunfo, triunfo do analfabetismo
Os prédios, o prédio, alagava na vontade soberana o desejo de autodestruir-se
A água, a luz, o elevador, não foram os brancos que os levaram. Foi a revolução que os afundou, que tudo levou
Condutores eléctricos, interruptores, fusíveis, lâmpadas para consumo revolucionário
Foram-se das escadas para as mãos habituadas, suadas nestas andanças
dos canibais ecléticos, eléctricos
No motor do elevador alojou-se revolucionário morador, contente com a casinha ao dispor
A cagar num papel, amontoando-o no convés da rua

A casinhota de serviço do elevador milimétrica forçada a acolher cinco gloriosos inquilinos inesperados de contentamento pelo casebre. Novos donos intemporais que se confundem com o lixo
Que trespassam, iluminam a paisagem devastada do inumerável residual dos brancos.
Degraus das escadas partidas pelo arrastar das partidárias botijas de gás. Mas apenas pelo prazer de destruir, inicio do autodestruir
No terraço alega-se construir um paço tradicional bantu
Com arquitectura perfeitamente natural. Madeira, tábuas, chapas metálicas
Devaneadas por aí ao deus-dará, ou onde aprovar
As saídas das águas deixam de funcionar, ofuscam-se, e obrigadas decidem outro rumo
Invadem a casa do vizinho de baixo, e no seguinte
O do palácio bantu confrontado, imbecil e canalha, desalmadamente invoca:
«A culpa é da Natureza, não lhe mandei chover»

A grande macacada ensaiava os primeiros paços da liberdade irresponsável

A BARCA, destaques 21Jan10


Intempéries dificultam entrada em Abrantes
Chuvas alagam cronicamente a avenida António Farinha Pereira, em Alferrarede, e já lá vai um mês que a derrocada de um muro na Avenida do Paiol obriga o trânsito a circular numa única via. Sem soluções à vista
Gavião contra passagem de linhas de alta tensão
Jorge Martins, presidente da Câmara de Gavião, considera que o projecto terá repercussões “altamente negativas” afirmando ponderar a apresentação de queixa judicial

Feira de S. Matias em risco de não se realizar
A secular Feira de S. Matias, em Abrantes, “está na iminência de não se realizar” este ano devido à “não aceitação das regras do jogo” por parte dos vendedores a retalho, revelou a presidente da autarquia

‘Campus Escolar’ da Barquinha é “exemplo” de boas práticas
As obras de remodelação em curso do parque escolar nacional apresentam “conjuntos significativos de boas práticas e níveis de execução muito elevados”, disse na Barquinha o director Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo

Caudais vão ser repostos
A colaboração com Espanha na gestão dos rios internacionais é “construtiva” e ambas as partes “convergem no essencial”. Espanha vai repor a água equivalente ao incumprimento do caudal do Tejo, disse a ministra do Ambiente

Protejo aprova “carta reivindicativa ibérica”
O Protejo - Movimento pelo Tejo aprovou uma “carta reivindicativa ibérica”, que já tem o aval de organizações congéneres espanholas, e vai servir de base à apresentação de uma queixa na Comissão Europeia contra os transvases espanhóis

Escola Profissional de Abrantes participa no EmpreEscola
São ao todo 16 os alunos da Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes (EPDRA) envolvidos no EmpreEscola, projecto dinamizado pela Nersant com o objectivo de incrementar nos alunos do secundário, competências ao nível do empreendedorismopercentagens mais reduzidas

Abrantes celebra 2010 com evocações históricas
A evocação de “momentos que marcaram a história de Abrantes e do país” é “a aposta estratégica” da programação cultural de Abrantes para 2010, ano que “assinala muitas efemérides de relevo”, anunciou a presidente da autarquia

Médio Tejo é pioneiro na certificação cultural Herity
Os municípios de Abrantes, Mação e Vila Nova da Barquinha ultrapassaram a fase final do processo de certificação internacional Herity, assegurando a certificação dos primeiros cinco bens culturais em Portugal.

Imagem: Abrantes. Avenida do Paiol

A Barca. Segurança on-line


A APEAT - Associação de Pais e Encarregados de Educação da EB1/JI António Torrado de Abrantes, vai promover um seminário, sobre segurança Online de crianças e jovens, com o objectivo de assinalar o Dia Europeu da Internet Segura.


Tito Morais, fundador e promotor do projecto Miúdos Seguros Na Net (http://www.MiudosSegurosNa.Net) será o orador. Esta iniciativa, visa ajudar famílias, escolas e comunidades a promover a utilização responsável e segura das novas tecnologias de informação e comunicação por crianças e jovens. O seminário está marcado para dia 29, às 21h00, no polivalente da EB1/JI António Torrado. A entrada é livre.

Imagem: castelo de Abrantes

O Cavaleiro do Rei (75). Brevemente teremos em Angola uma fábrica para suprir as carências dos mais necessitados.


Continuam a enviar-nos o que importamos… tudo… cebola, alhos, batata, limão, tudo envelhecido. Carne que depois de frita, cozida ou assada dez minutos depois não se consegue comer. São as sobras da democracia deles. E ainda rematam:
- Não se preocupem, isso é para os pretos, eles comem qualquer merda. Estão habituados a passarem fome.

Carlos Contreiras do PRA, Partido Republicano Angolano, afirmou que as fronteiras do Norte e do Sul estão a descoberto.
O país está a ser invadido. Significa que Angola será dominada lentamente por outros povos estrangeiros. O país não consegue controlar as fronteiras. Porque militares e polícias abandonados cobram qualquer coisa para sobreviverem.
Depois cantarão que o país está a ser novamente invadido, apelarão outra vez ao falso patriotismo da Pátria ameaçada. Não resultará porque o povo perdeu a identidade cultural. Evoluíram, são nómadas.

Trinta anos depois sempre com as mesmas tiradas:
Brevemente teremos em Angola uma fábrica para suprir as carências dos mais necessitados.
A curto prazo será inaugurado um empreendimento que há muito se esperava.
A médio prazo, Angola não terá mais que importar medicamentos porque será construída uma das fábricas mais modernas de África. O financiamento está devidamente assegurado. Para nos informar disso temos na Rádio Nacional…
No próximo ano com financiamento garantido de cerca de 50 milhões de dólares, desconhecem sempre os montantes exactos, teremos o abastecimento de água garantido. A energia eléctrica com os investistes em curso sobrará para alimentar outras áreas.

Nos próximos anos Angola, com grandes financiamentos conseguidos através da Anip – Agência Nacional do Investimento Privado, acabará com a fome no país. Estes investimentos contemplarão numa primeira fase as populações mais carentes.
A notícia correcta seria:

A Filda, Feira Industrial de Luanda, conseguiu este ano um número recorde de empresas portuguesas que expõem nesta feira os produtos e os seus serviços. São cento e quinze empresas que dão tudo por tudo para exportarem a sua miséria para Angola. Depois exportam os lucros para o seu país. Para financiarem os seus projectos e nós aqui a passarmos fome.
Uma sobrinha quando lhe falo nestas coisas canta-me:

Estou bem vestida
Bem despida estou
Graças ao Eterno
Que me escravizou

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A Epopeia das Trevas (107). Porque não temos direito ao silêncio? Porque só o som do terror nos invade?


Esta democracia violenta-nos os sentidos com os seus sons do poder repetitivo, não alternativo, horrivelmente cansativo. Como se estivéssemos a assistir sempre a um mesmo jogo de futebol. Como se nada mais existisse.

Com tanta terra livre, espaços abertos, libertos
O poder subtrai-nos, mata-nos por ínfimo espaço
Mantêm insistentes promessas de nova vida da fome
que enobrecem a classe politica dos sons petrolíferos
O poder renasce a fome também. Os rios do poder são caudalosos,
os dos esfomeados, secos, vazios, ansiosos
Este governar, impõe-nos a ilegalidade como sobrevivência
É como um castelo sem ponte levadiça. Como soldados sem munições
que se rendem à inevitável morte

Se não obedeceres nunca serás ordenado
Porque quem vai para padre
é porque não sabe fazer mais nada

Olha! Estão a treinar para as olimpíadas alcoólicas
Perderam a razão. Não acreditar em Deus é fácil
Mas há outro Deus não inventado que tem qualquer coisa de estranho, desconhecido
Enigmático na nossa sintonia
Governar com a mentira é asfixiar a verdade
Em Jingola e noutros reinos a democracia é exercida pela polícia politica
que usa o doentio secretismo da informação cozinhada em fornos primitivos

Lavava, continuo a lavar roupa. Sou lavadeira independente
A ditadura que tomba o poder pela violência com ela cairá

Vivemos os últimos momentos da nossa existência
Optámos pelo suicídio colectivo. Mas o meu poder vai vencer, serei imortal
como os nossos heróis, esquecidos, abandonados, entregues ao pó do tempo
Assim! Não reconhecemos os verdadeiros méritos daqueles que os merecem
Desterrados, ficamos sem História
Perdidos nos enigmas espaciais e temporais das colónias
outra vez colonizadas
Tudo começa e acaba nas armas. Restam as mentes traumatizadas

Perdi o carimbo do meu Caminho. Nunca mais o vou encontrar
Já não sei andar, farto-me de palmilhar
Desviaram-se do bom senso, voltamos a nos matar
Com tanta terra para lavrar só o vento sabe semear
Chuva a alagar, as águas vão espalhar
quem me vai governar?!

Gozo o espanto medievo eleitoral. Votei! Parlamento, deputados
na arquibancada
Da somática ultrapassada pela velocidade retrógrada
Bípedes cai peças sem reposição. Desconhecem onde estão, o que são
O enclave prisional é pessoal, oprime a ingenuidade cultural dos escravos

O poder para ficar, continuar, nada mudar
Conseguiram!.. Talvez pelas comidas enlatadas, importadas
Os nossos genes alteraram. Estamos geneticamente enlatados, modificados
Não tenho nome, sou uma alma do outro mundo
Não posso pensar!? É uma actividade muito perigosa
A morte é o último recurso interposto, não atendido
e alegram-se com a minha desdita