terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A Epopeia das Trevas (107). Porque não temos direito ao silêncio? Porque só o som do terror nos invade?


Esta democracia violenta-nos os sentidos com os seus sons do poder repetitivo, não alternativo, horrivelmente cansativo. Como se estivéssemos a assistir sempre a um mesmo jogo de futebol. Como se nada mais existisse.

Com tanta terra livre, espaços abertos, libertos
O poder subtrai-nos, mata-nos por ínfimo espaço
Mantêm insistentes promessas de nova vida da fome
que enobrecem a classe politica dos sons petrolíferos
O poder renasce a fome também. Os rios do poder são caudalosos,
os dos esfomeados, secos, vazios, ansiosos
Este governar, impõe-nos a ilegalidade como sobrevivência
É como um castelo sem ponte levadiça. Como soldados sem munições
que se rendem à inevitável morte

Se não obedeceres nunca serás ordenado
Porque quem vai para padre
é porque não sabe fazer mais nada

Olha! Estão a treinar para as olimpíadas alcoólicas
Perderam a razão. Não acreditar em Deus é fácil
Mas há outro Deus não inventado que tem qualquer coisa de estranho, desconhecido
Enigmático na nossa sintonia
Governar com a mentira é asfixiar a verdade
Em Jingola e noutros reinos a democracia é exercida pela polícia politica
que usa o doentio secretismo da informação cozinhada em fornos primitivos

Lavava, continuo a lavar roupa. Sou lavadeira independente
A ditadura que tomba o poder pela violência com ela cairá

Vivemos os últimos momentos da nossa existência
Optámos pelo suicídio colectivo. Mas o meu poder vai vencer, serei imortal
como os nossos heróis, esquecidos, abandonados, entregues ao pó do tempo
Assim! Não reconhecemos os verdadeiros méritos daqueles que os merecem
Desterrados, ficamos sem História
Perdidos nos enigmas espaciais e temporais das colónias
outra vez colonizadas
Tudo começa e acaba nas armas. Restam as mentes traumatizadas

Perdi o carimbo do meu Caminho. Nunca mais o vou encontrar
Já não sei andar, farto-me de palmilhar
Desviaram-se do bom senso, voltamos a nos matar
Com tanta terra para lavrar só o vento sabe semear
Chuva a alagar, as águas vão espalhar
quem me vai governar?!

Gozo o espanto medievo eleitoral. Votei! Parlamento, deputados
na arquibancada
Da somática ultrapassada pela velocidade retrógrada
Bípedes cai peças sem reposição. Desconhecem onde estão, o que são
O enclave prisional é pessoal, oprime a ingenuidade cultural dos escravos

O poder para ficar, continuar, nada mudar
Conseguiram!.. Talvez pelas comidas enlatadas, importadas
Os nossos genes alteraram. Estamos geneticamente enlatados, modificados
Não tenho nome, sou uma alma do outro mundo
Não posso pensar!? É uma actividade muito perigosa
A morte é o último recurso interposto, não atendido
e alegram-se com a minha desdita

Sem comentários: