sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

A Epopeia das Trevas (88). Todos os dias amaldiçoamos, odiamos a Ocidental hipocrisia e a sua Igreja poluidora



Tantos que partiram com a fome precocemente, tão cedo
rapidamente
Com brutal indiferença
Como se não existissem sentimentos
Desnecessário é dizer que para rejuvenescer
Fortalecer, reaprender, é necessário aprender sempre
o que
Espanta-me ver, sentir a maldade crescente
Curta, longa como mola esticada
De juventude generosa e ingénua
Todos os dias amaldiçoamos, odiamos
a Ocidental hipocrisia e a sua Igreja

Para conquistar o poder basta-me um contrabandista de armas
Eles e elas são os nossos melhores amigos
Com eles e com elas morremos nas guerras, sustentamos as democracias
ocidentais
Não confio em ninguém. Estes políticos são aventureiros, atrás deles estão, chegam, sempre em movimento outros pares
Falar, discordar, não posso. Arrisco-me a ser presa
assassinada
Todos os dias nos roubam. O Governo perde os recursos financeiros que flúem para as redes de esgotos das empresas, estruturas governamentais dos que nos governam, ou as suas famílias
Nunca se sabe quem dirige
Não dá para viver, temos que fugir
África, Angola são o campo de concentração da globalização

O ébano nu do meu corpo transparente, irreal
Voa, salta todos os obstáculos da imaginação
dos momentos de prazer
Não vendo os sentimentos da minha cor
ainda que no longínquo desejo e vencer
Saber esperar com ânimo e ardor.
Os desejos incontidos que a gente têm.
Sou altiva, serena, convicta da certeza
Que com tanta violência caminhamos para o além.
De tanta emoção incontrolada
de não estar presente mas adiada
o amor é uma doença incurável

Ando sempre atenta porque posso cair num canal
Estes passeios das ruas têm canais, não como os de Veneza
Estes têm valas abertas que permitem o escoamento dos esgotos para as ruas
São como o nosso Governo. É um Governo dos esgotos e para os esgotos
África é o continente negro sempre clareado pela luz solar
Vejo os dias a passar, e a fome não os faz alterar
Sempre em guerra!
Os estrangeiros são evacuados, eu não

Sem convicção, sem conteúdo tudo se parte em pedaços
E fica a chama ardente a consumir a paixão
Perde-se a razão. Ainda não temos Governo
Apenas por enquanto um conjunto de imbecis
Que perderam, ainda não aprenderam
O que é a razão


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