Desde há algum tempo a ascensão dos custos dos alimentos no mundo todo envoleu as famílias, os governos e os media numa tempestade. O preço do trigo subiu 130% no ano passado. [1] O arroz duplicou de preço na Ásia só nos primeiros três meses de 2008 [2] , e na semana passada atingiu alturas récorde no mercado de futuros de Chicago. [3] Durante a maior parte de 2007 o disparar dos custos do óleo de cozinha, das frutas e dos legumes, bem como dos produtos lácteos e da carne, levaram a uma queda no consumo destes ítens. Desde o Haiti até os Camarões e o Bangladesh, as pessoas estão a ir às ruas em cólera por serem incapazes de ganhar para a comida que precisam.
por GRAIN [*]
O original encontra-se em http://mrzine.monthlyreview.org/grain260408.html
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
Com medo da perturbação política, líderes mundiais têm estado a apelar por mais ajuda alimentar, bem como por mais fundos e tecnologia para promover a produção agrícola. Enquanto isso, os países exportadores de cereais estão a fechar as suas fronteiras a fim de proteger seus mercados internos, ao passo que outros países foram forçados a comprar
Os agricultores de todo o mundo produziram um récorde de 2,3 mil milhões de toneladas de cereais em 2007, mais 4% do que no ano anterior. Desde
Realidades do mercado
Os decisores políticos que moldaram o sistema alimentar mundial de hoje – e que supostamente são responsáveis por impedir tais catástrofes – sairam-se com um certo número de explicações para a crise actual que toda a gente já ouviu repetidas vezes: secas e outros problemas que afectam colheitas; procura em crescimento na China e na Índia onde supostamente as pessoas estão a comer mais e melhor do que no passado; colheitas e terras a serem desviadas maciçamente para a produção de biocombustíveis; e assim por diante. Mas eles não contam a plena profundidade do que está a acontecer. Há algo mais fundamental em funcionamento, algo que reúne todas estas questões, e que os chefes das finanças e desenvolvimento mundial estão a manter fora da discussão pública.
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