domingo, 24 de janeiro de 2010

A Epopeia das Trevas (105). «Homens inteligentes, com boa cultura politica e jurídica, não passam disso». Impostores que lêem Shakespeare… são assim o


Aderi, sou fã do movimento espontâneo, Vamos Destruir Luanda
Existem campeonatos do mundo para tudo, mas não existe nenhum para a fome
Falta o campeonato do mundo para premiar a melhor ditadura
E torneio para o melhor governo destruidor de casebres
Libertem-me da fome e dominarei o mundo

Estou cansada de chorar, os novos senhores
dos escravos esgotaram-me as lágrimas
Até isso me espoliam
Espero a ordem desnorteada usada para me matarem
dos partidários sem trabalho
onde todos os anos há tiranos
Não era necessário tal terror
na luta armada de libertação
Mahatma Gandhi e a inteligente não-violência, conduziu a independência

Por isso aqui estou desfolhada, desflorestada. Ainda me resta a ossada
no campo de concentração Bantu, concentrada
Fechem, eliminem os campos de concentração Bantus
A orquestra sinfónica Bantu está desatinada
Bantu, não obrigue o seu irmão a morrer de fome!

O dia despontou nas cercanias do Sol
Com tal inspiração que lhe apetecia repintar o Universo
Como um pintor a iniciar a sua tela
Próximo, a água ensaiava passos de dança
Com a areia marítima e a minúscula vida agitava-se,
corria
Procurando sobreviver como eu às inconstâncias
da luta ferida, das mordidelas petrolíferas do dia-a-dia
Como folhas de plantas sempre amarelecidas
tombadas, esquecidas na selva da sobrevivência
humana
O caótico humano despertou, civilizou a vida marítima
que mudou de rumo querendo confundir o Criador
Uma multidão de vozes abandonava-se perseguida pelo cavaleiro apocalíptico da fome
Sempre a cavalgar onde não há corrida e comida
O dia distanciava-se afoito do Sol. Terminou a sua tela
da desgraça para o dia seguinte

Carros sem estradas servem os sistemas alternativos
circulatórios sanguíneos, bloqueios dos becos cardíacos sem saída
Mas são salutares, os tanques de guerra errantes militares
Para me amedrontarem com a dissonância dos evos
Ah! Adoro o tilintar das garrafas com o líquido da nossa perdição
É o povo Bantu de garrafa na mão. Das noites claras e dos dias escuros
Evito o encontro com a tristeza mas ela persegue-me
Sonda-me. A minha cor é diferente, devo passar fome?!
Descobri: a fome é negra! Tudo o que é péssimo é Negro!
Ó Deus dos Brancos! Pintai-me da vossa cor!
Depois do vosso colonialismo, a tirania Bantu

Epidemia de amigdalite e poliomielite silenciou e paralisou a oposição política.
No dizer de Aquilino Ribeiro: «Homens inteligentes, com boa cultura politica e jurídica, não passam disso». Impostores que lêem Shakespeare… são assim os grandes actores»

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