La Padep escreveu uma carta ao seu amor, à sua muito querida amada. Não tem Internet porque ainda é um privilégio dos nobres petrolíferos. A sua amada princesa Kituta desterraram-na para o reino de Olisipo. Segue o texto da sua bonita carta:
O Juízo Final
E disse o Senhor Eterno de Angola: Corromperei a face de Angola, os terrenos, os casebres, tudo o que for residência, até mesmo as das tocas de animais. Espoliaremos impunemente. Para isso fomos eleitos. E nas próximas eleições bateremos o recorde mundial da roubalheira. Manual da Destruição 6,7
Meu império das sagradas pétalas celestiais. Guarda a tua rosa vermelha que proximamente a minha abelha a fecundará. Olha, apresento-te as minhas teses, melhor, as minhas reflexões:
Muitos nobres comparam os problemas do reino assim: que os outros países demoraram muito tempo a reconstruírem-se depois da guerra. Isto é muito cómico, senão vejamos; tiveram ajuda estrangeira, trabalharam de noite e de dia. Tinham técnicos, boas universidades, controlo dos bens financeiros. Falavam muito pouco e trabalhavam muito. Não tinham as riquezas que o nosso reino tem. Não esbanjavam os bens. De qualquer modo comparar um reino com outro, para justificar o andar para trás é um tremendo erro. De notar que naquele tempo não havia Sida. Na prática não existe um reino igual a outro. Com a ganância do dinheiro ninguém pensa no dia de amanhã.
Democracias diabólicas que fazem explodir bombas por todo o mundo para imporem os reinos da fome. Democracias actuais com as mentes no século XIX. Quando lhes dão resposta dizem que são os terroristas. Os tempos do Império Britânico acabaram. Por incrível que pareça o império Europeu e dos EUA findam graças à globalização da informação. Não percebem nada de África, dos Árabes e dos Chineses. É bom viver na riqueza ocidental, desfrutando o oásis Árabe e Africano da fome. Num mundo de esfomeados a violência é a única coisa que lhes resta. Suspeito que o golpe militar no reino de Marrocos foi preparado pelo Ocidente.
Nem conseguimos uma pequena indústria doméstica, por exemplo de massa de tomate enlatado, porque temos que comprar um gerador, mais combustível, lubrificantes e homens para segurança. O preço de venda fica muito alto. É mais fácil importar e lá se vão os postos de trabalho.
E criaram modernos campos de concentração a que chamam cidades. Pagam a malfeitores internacionais para publicitarem que este reino é a maravilha africana. Onde todos somos ricos. Onde há divisão dos cheiros do petróleo pela população. Sim… só cheiros de uma atroz fome que aumenta diariamente. Um reino que depende em absoluto de uma única coisa: o desastre petrolífero. Manual da Destruição 18,19
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