sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Os estádios do nosso desenvolvimento (1)


A oposição está na estadia, estática nos estádios sem oposição em Angola, onde sonha que talvez um dia exista. O MPLA e José Eduardo dos Santos reinarão pelo tempo das pirâmides gizadas e ponto final. Ainda resistem alguns gatinhos de lencinhos que fazem oposição cheios de vaidade, de darem nas vistas, tipo eu sou o único, o bom disto. Miam e dão umas arranhadelas de vez em quando. Uns mios e pouco mais. São oposicionistas da gataria. Só lhes faltam as gatas no cio. Como não mudam o discurso… estão no partido dos insuportáveis. Será por isso que a Igreja e a sua Rádio Ecclesia, agora a Rádio da nossa desconfiança, são fãs do marxismo-leninismo? Os gatinhos vão miando e os ratos vão passando. Consummatum est.

Ainda temos muito que reaprender com os portugueses. Eles lêem muitos jornais desportivos e vêem muitos jogos de futebol. Os angolanos como belos exemplares colonizados seguem-lhes os costumes de país muito desenvolvido no desporto. Há povos que nasceram para serem colonizados. O povo angolano testemunha-o.

E prosseguimos na nossa gloriosa história de Luanda, 35 anos de ruínas. Esses que estão a destruir os prédios é que deveriam serem desalojados e colocados em tendas. Seria um óptimo serviço que a governação de Luanda faria à cidade. Esta gente tem que ser retirada à força o mais rápido possível. No exterior talvez não pareça, mas no interior os apartamentos estão em ruínas. E há quem os alugue mesmo em risco de desabamento. E elas, autênticas misses, então saem todas muito bonitas deixando atrás de si um rasto de destruição.

As árvores já desabam às quatro de uma assentada. Já não suportam mais o mijar de tanto segurança. Luanda é o maior mictório mundial.
Vale-nos a religião: primeiro limpa-nos os bolsos, depois purifica-nos as almas. O governo utiliza optimamente a fórmula eclesiástica: melhorar, mas não solucionar. Mas que destino cruel este a que nos sujeitaram, condenaram. O de vivermos eternamente nas trevas. Democratizar é cristianizar. Chegaram os novos missionários que evangelizam os povos na democracia. É a nova espoliação do cristianismo democrático. Ainda se fosse o campeonato africano das nações em literatura, agora de futebol.

Não tem qualquer interesse. E quem quiser dominar a África Negra dê-lhe um cântico marxista-leninista. Mas, actualmente o mais importante é aterrorizar. Fazer talvez de Angola o único local do mundo onde não haja respeito por ninguém. Está tudo de tal modo tão confuso que quase já não se consegue separar ninguém do lixo humano.

Em África os governantes têm especial propensão para a ditadura. E sustentada por isso repentinamente uma epidemia desconhecida assaltou Angola. Enviadas amostras para o mais conceituado laboratório mundial em Atlanta nos EUA, os cientistas chamaram-na de estadiologia. É um vírus que transforma grandes superfícies de terra em estádios de futebol.

O vírus tem a particularidade notável de ao instalar-se obrigar as populações locais a viverem em tendas, porque destrói sistematicamente os seus casebres. É considerado um vírus de alto risco, catalogado com o grau 5 da escala internacional de virologia. Obriga a uma catástrofe económica de tal monta que arrasa os cofres estatais – os cofres secretos não – pois que obriga ao dispêndio de incontáveis milhões – não se sabe quem os contabiliza – de dólares para gáudio dos corruptos e especuladores imobiliários dos lodaçais locais e internacionais.

Imagem: http://2.bp.blogspot.com/

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