sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O regresso em força do marxismo-leninismo (Fim)


O nosso povo é heróico e generoso, sofredor. Apesar de quase há cinquenta anos outra vez escravizado, não será de mais esperar outros cinquenta até ao culminar da grande marcha do glorioso marxismo-leninismo. Sofrer agora para obter a gloria eterna depois. O nosso povo será finalmente livre. Sob a sábia direcção do nosso Guia Eterno, da nossa bandeira e do nosso Hino, o MPLA já deu muitas e muitas vitórias ao nosso povo. Muitos e muitos cortes de energia eléctrica e muita e muita mais miséria vos esperam. Mas com o MPLA tudo se ultrapassará. O MPLA é a vanguarda da classe operária e camponesa. Um só partido, um só marxismo-leninismo. Camaradas! O marxismo-leninismo vencerá! Que vivam para sempre os sábios ensinamentos do nosso Aviador.

Isto está bom demais para os portugueses, luso-angolanos e angolanos de ocasião que retornam, outra vez rapidamente e em força. Dantes eram anti-marxistas, agora são comunistas comodistas.
Duas crianças angolanas alheadas destas jogadas colonialistas jogam no computador. Uma exclama vitoriosa: «Um tiro no navio de guerra Angola!» Diz a outra eufórica: «Está a afundar-se rapidamente?!» e a outra meio desconfiada «Está mesmo?!»

Os investimentos marxistas-leninistas devem canalizar-se para a energia eléctrica, e não para os estádios e edifícios do luxo da espoliação, onde abundam as conferências dos nababos. Sem isto a miséria de Angola continuará na mesma palhaçada dos habituais discursos nacionais e internacionais. É que sem energia eléctrica não é possível qualquer desenvolvimento. A FAMÍLIA parece não ter noção do que é um investimento. Para quê construir sem electricidade? Justifica-se pela corrupção que alimenta os nascentes senhores dos escravos.

Entretanto o Governo (?) de Angola insiste nas suas duas actividades principais: construir estádios de futebol e destruir milhares de casas dos espoliados dos dividendos petrolíferos, para empregar os falidos das quadrilhas imobiliárias internacionais.
Se as terras são do Estado e nós lá estamos em cima delas, não é’! E o Estado pelo que se vê espolia-nos das terras dele, deles, então este Estado não nos dá qualquer garantia de futuro. Eu nunca investirei nada, não. Porque este Estado depois vai-me espoliar, roubar, vigarizar.

Aliás o Marxismo-leninismo apregoa-se oficialmente: «Isto é tudo do Estado!» Convicção dos fiscais do GPL-Governo da Província de Luanda, na habitual espoliação das proletárias e proletários nas ruas. Senhor PR, isto está tudo descontrolado. Vê-se o início do um contra todos e todos contra um.
O poder popular do MPLA insiste-se, continua-se. O MPLA não consegue despir a anarquia do marxismo-leninismo. O Mpla é um vírus da família Ebola. Só se extingue quando já não existir nenhum angolano vivo.

Na realidade, na verdade, se analisarmos profundamente a cultura angolana, veremos que actualmente o MPLA não lhe tem nada. Absolutamente nada que o identifique com a cultura Ngola. A única coisa que o identifica de facto é a do invasor. O MPLA é presentemente o colonizador, a força de ocupação estrangeira em Angola, um espoliador. Uma obra-prima do marxismo-leninismo. É o discurso ultra marxista-leninista no melhor estilo de Fidel Castro. Infelizmente não somos cubanos.
Sem dúvida! Há homens que nascem superdotados. O nosso Presidente da República merece o título honoris causa de: «O nosso Obama angolano». Mas que discursos, mas que inspiração.

E o nosso marxismo-leninismo antes de melhorar vai piorar. Quando o Soberano alterar a sua Constituição C, então sim! Teremos de facto e de jure outro Zimbabué. E então seguiremos maravilhados com a nova religião imposta – como todas – do marxismo-neocolonialismo. A meia dúzia dos seguidores coloniais vai então livre de obstáculos acabar com o que resta dos esfomeados. Finalmente livres para a especulação imobiliária que é o melhor, o mais fácil caminho para ganharem dinheiro sem trabalharem.

É também o regresso ao estalinismo e nazismo. Vêm aí outra vez o terror político bolchevique. Já se esqueceram dos tempos em que existia o tal ministério da segurança do Estado?! Quem não sabe ou não se lembra?! Pois… acaba de chegar, renovar para a aniquilação da oposição. Recomeçam as prisões sumárias e os assassinatos?! Às iniciativas actuais da oposição o regime responde com a aniquilação. Este regime soçobra reforçando a repressão. O comboio das trevas antes de descarrilar definitivamente arrasta, devora tudo à sua passagem e paragem na estação final. A sua extinção.

Esta luta de libertação é a continuação de outra atroz escravidão.




Sem comentários: